MONUMENTO GETÚLIO VARGAS ATRAPALHANDO VISTA DA CATEDRAL |
Escalaram o Frei Rapa Bocó, de nome sugestivo, para levantar os fundos entre os Coronéis da Coxilha Rica.Se não enchessem o bocó dele, já amaldiçoava o vivente na hora, reservando-lhe um passaporte para o Quinto dos Infernos, incluindo mais umas cinco ou seis gerações futuras. Por isso hoje tem muito cidadão, ex-fazendeiro rico, vivendo de mendicância, no limiar da miséria, na Rua da Amargura.
José Maria Domingues de Arruda, o Coronel dos Coronéis, doou quase 30% do desembolso necessário para a obra, de tanto medo de ser excomungado pelo temido coletor católico e provar dos afamados martírios do lago de fogo e enxofre. Só lhe restou, como homenagem póstuma, um nome de rua no Bairro da Brusque.
A coleta da Igreja era no atual estilão Bispo Macedo e das indulgências da Idade Média. Rendeu tanta grana que importaram sinos, órgãos, santos e santas, vitrais, etc e tal, usando, para valorizar em parte a mão-de-obra e a matéria prima local, caboclada nativa e pedra do Morro Grande, coisa barata e de fácil acesso. O tinhoso Rapa Bocó morreu lutando na Guerra do Contestado.
Terminada a obra, muitos anos depois apareceram uns puxa-sacos que queriam homenagear o ditador Getúlio Vargas e montaram uma tranqueira no meio da Praça João Ribeiro, escondendo a Catedral dos próprios lageanos e atrapalhando os turistas que desejam fotografá-la ou filmá-la de frente.
Derrubar a Catedral não convém. Todavia, aquele monstrengo que abriga o busto do Getúlio bem que poderia ser remanejado para um canto qualquer.
Fonte: http://saojoaquimonline.com.br/verbas-para-a-catedral
Comentário:
Uma antiga polêmica de Lages diz respeito à alteração de lugar do Monumento Getúlio Vargas para outro local na mesma praça. Com isso, o ato de fotografar ou filmar a Catedral Diocesana, um dos mais belos monumentos históricos e arquitetônicos do Brasil, ficaria mais facilitado e com melhor qualidade de exposição.
O problema reside na resistência dos saudosistas da Revolução de 1930, que contou à época com o apoio de civis e militares lageanos, e a vontade política no final da década de 1950 de homenagear o caudilho gaúcho e ditador durante o Estado Novo e a Segunda Guerra Mundial, Getúlio Dorneles Vargas, pelas criação de importantes estatais e obras públicas nacionais, além da criação das leis trabalhistas vigentes na CLT. Em 24 de agosto de 1954 Getúlio, então Presidente da República eleito, suicidou-se no Poder.
Justa a homenagem, porém os construtores só não se aperceberam da má escolha do local, já que ele tornou-se um obstáculo para a imagem frontal da Catedral. Basta deslocar alguns metros para a direita e mudar de posição, até porque se estado de conservação do revestimento cerâmico está precisando de reformas urgentes. É a hora ideal para fazer esse ajuste de leiaute na Praça João Ribeiro. Mesmo diante do desagrado da minoria que prefere deixá-lo onde está.
No dizer de outras pessoas, elas demoliriam tudo e enviariam o busto de bronze como presente de Lages para a cidade de São Borja RS, pois não existe nenhuma obra pública em Lages construída com recursos destinados pelo Governo do Getúlio, o que não just
ificaria a ocupação de um espaço tão nobre na praça da Catedral.
Entre esses dois extremos, a idéia de deslocamento e mudança de posição a meu ver é a mais eficaz e politicamente menos desgantante para a Municipalidade. O primeiro passo, democraticamente, seria organizar um plebiscito no próprio local durante uma semana. O resultado seria surpreendente.
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