| ANITA CAÇANDO VEADO EM LAGUNA |
| PARA MOSTRAR AUTORIDADE ANINHA MIJAVA DE PÉ NA FRENTE DA TROPA |
| MAPA DA COXILHA RICA |
Rainha dos Dois Mundos, a heroina farrapa Anita Garibaldi, Aninha do capataz e agregado Bentão (Bento Ribeiro da Silva), minha parente distante, bem distante por parte de pai, dispensa maiores apresentações e comentários.
Já Aninha Athanázia, a india posseira e guerreira, Rainha do Raposo e do Cajurú, é pouco conhecida, pois os antigos fazendeiros e Coronéis da Coxilha Rica fizeram questão de apagar sua memória. Em 2010, enquanto o atual proprietário estava ausente, alguns vândalos ou procuradores de minas de dinheiro e de ouro escondido destruiram seu túmulo e o próprio cemitério onde ela estava enterrada em uma Fazenda no Raposo.
Seu reinado naquela região da Coxilha Rica começou no final da Guerra do Paraguai, por volta de (1864-1870). Recrutou pessoas sem terra que vagavam pela Coxilha, organizou-os em um temível piquete e derrotou uma guarnição inteira de soldados que retornavam da Guerra através do Corredor das Tropas, poupando apenas a vida das mulheres e das crianças que os acompanhavam, pessoas que passaram a condição de agregados e peões das Fazendas invadidas por Aninha.
Sem filhos nem marido, adotou uma dessas crianças após a morte da mãe, o Panchito, mais conhecido como Gaudério de Cambajuva, seu herdeiro, inclusive na arte bélica. Panchito morreu na Guerra do Contestado. Aliás, Cambajuva foi o primeiro nome de Bom Jardim da Serra, mas a Cambajuva de Panchito era no Paraguai. Seus maiores adverários políticos foram os Coronéis Juca Prudente e Ramiro Andrade.
Quem melhor a retratou foi o escritor, compositor e pesquisador nativista, o ilhéu Márcio Camargo Costa, em suas fundamentais obras Aninha Athanázia, a Caudilha de Lages e Panchito na obra O Gaudério de Cambajuva, e Qüeras, livros editados e já esgotados pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina. Leitura obrigatória para quem é lageano ou mora na Serra Catarinense.
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