segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

BANDEIRANTES MAXIMIANO DE OLIVEIRA LEITE E INÁCIA PIRES DE ARRUDA

Maximiano de Oliveira Leite era filho de Francisco Pais de Oliveira Horta – falecido em 1701, em Santana de Parnaíba – com sua esposa Mariana Pais Leme irmã de Garcia Rodrigues Paes Leme e filha do Governador das Esmeraldas Fernão Dias Paes (LEME, 2002: 2ºv, 1079). Ou seja, pela descendência matrilinear Maximiano era neto do bandeirante que “mais largo renome deixou na história da expansão geográfica brasileira, depois de Antônio Raposo Tavares” (FRANCO, 1989: 282-285), e sobrinho de Garcia Rodrigues Pais Leme que, dentre outros feitos: foi capitão-mor e administrador da entrada e descobrimento das minas dos Cataguazes; abriu um caminho que ligava as ditas minas ao Rio de Janeiro; foi nomeado para o posto de guarda-mor geral das minas, obteve o título de fidalgo da Casa Real; descobriu inúmeros veios auríferos e, juntamente com seu pai, Fernão, entregou-se na conquista de novas terras e gentios (FRANCO, 1989: 215-217) – o que lhes conferiu qualidade de nobreza, outorgando-lhes uma superioridade na hierarquia estamental. Tais realizações foram levadas a cabo sempre às custas de suas fazendas, o que se traduziu largamente em mercês régias.
Francisco Pais de Oliveira Horta, o pai de Maximiano, seguiu com Fernão e Garcia, em 1674, para o sertão dos Cataguazes onde, através da mineração, obteve fortuna (FRANCO, 1989: 119). Observa-se que Maximiano de Oliveira Leite pertencia àquilo denominado “melhores famílias da terra”, ou seja, famílias que conseguiram acumular consideráveis cabedais e prestígio social quer através da atividade de conquista, quer através da ocupação de cargos da governança, quer através de atividades comerciais (FRAGOSO, 2000).
Observando o casamento realizado por Maximiano, percebemos um recorrente recurso utilizado pela elite colonial: o casamento entre iguais. Maximiano casou-se por procuração, em 1722, com Inácia Pires de Arruda, filha de Francisco Pires Ribeiro com sua esposa Maria de Arruda (LEME, 2002: 4ºv, 662). Francisco Pires, era sobrinho de Fernão e o acompanhou, juntamente com Garcia e Francisco Pais, em 1674, ao sertão dos Cataguazes, na jornada da Sabaraboçu (FRANCO, 1989: 339-340). Ora, ao casarem entre si tais indivíduos garantiam não somente a permanência de suas fortunas no seio da própria família, mas também reafirmavam a hierarquia e a desigualdade estamental da sociedade colonial, pois esses casamentos demonstravam a diferença existente entre a minoria pertencente às melhores famílias da terra, os “Homens Bons”, e a grande maioria que não preenchiam os requisitos necessários para fazerem parte desse seleto grupo. Observando a árvore genealógica de Maximiano percebemos claramente tais tipos de uniões.

Fonte: http://www.espacoacademico.com.br/050/50esp_mathias.htm

O famoso escritor mineiro Pedro Nava, em seu livro Baú de Ossos, página 152, faz a seguinte citação sobre os bandeirantes Maximiano e Inácia: " À admirável memória desta nossa respeitável tia (referindo-se a genealogista mineira Dona Lourença), a primogênita da irmandade de nossa mãe, devemos em grande parte a presente notícia dos descendentes de seus bisavós Maximiano de Oliveira Leite e Dona Inácia Pires de Arruda".

Dona Lourença ditou ao Visconde de Nogueira da Gama boa parte da Genealogia de Famílias Mineiras (1907)

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