terça-feira, 14 de maio de 2013

A CURIOSA ÁRVORE GENEALÓGICA DE ZÉ SALAMARGO

CORREDOR DAS TROPAS - COXILHA RICA - LAGES SC
 
 
Junto com Correia Pinto estiveram na Fundação de Lages em 1766 os fazendeiros José Raposo Pires e Manoel da Silva Ribeiro. Estes dois são os parentes mais antigos nestas na extra-oficial genealogia da figura carimbada. Pires recebeu um imenso quinhão de terras depois do Rio Canoas, hoje parte dos municípios de Ponte Alta e Curitibanos. Ribeiro se aquerenciou nos verdes campos coxinhins e adjacências, inclusive lá prás bandas de Painel e São Joaquim.


Um ano antes do início da Revolução Farroupilha (1834) cruzou o Passo de Santa Vitória, em êxodo, três famílias: a de José Domingues de Arruda mais as de dois amigos seus das Famílias Ribeiro e Camargo de nomes desconhecidos, com tudo que possui, principalmente, uma numerosa tropa de animais de várias espécies. Não havia mais terra à venda na Coxilha Rica, pois o tropeiro/carpinteiro Laureano José de Ramos já havia comprado a Fazenda Guarda Mor da viúva do sucessor de Correia Pinto, o Capitão Bento do Amaral Gurgel Annes, antes o responsável pela chave do cofre imperial da guarita do Passo.


Então José foi até Castro PR comprar terras de propriedade de outros fazendeiros. Nesse tempo a chave do cofre já estava nas mãos do caçula de Laureano, Vidal José de Oliveira Ramos, o Vidal Sênior. Então, o filho caçula de José, José Maria Domingues de Arruda, depois conhecido como Coronel dos Coronéis, encarregou-se de fazer a demarcação e o primeiro registro cartorário da Fazenda Guarda Mor, na época em Curitibanos. Até hoje Zé Salamargo não entende uma coisa: por que Laureano e José não deram atenção para a Lei Bíblica da Primogenitura? Por que escolheram, ambos, os filhos mais jovens como herdeiros principais? Talvez o livro da Professora Menoca, de São Joaquim, esclareça essa dúvida. Não deixe de ir ao lançamento desse fundamental livro genealógico dia 24 de maio corrente, na Arena Cultural da Festa do Pinhão!


Sem mais delongas, a Coxilha Rica (hoje 1/3 do território lageano) era naquela época o calcanhar que dava sustentação à Vila de Lages - cujo coração pulsava e ainda pulsa a quase 246 anos às margens do Rio Caveiras - e seu extenso território. Na guarita do Passo parte dos impostos imperiais eram pagos em cabeças de gado. Onde tinha e tem coletoria de impostos também têm fiscais. Nem precisa dizer, mas convém que seja dito, outra parte da tropa "em off" ia para a fazenda do fiscal em troca da pesada multa se houvesse diferença entre a quantia de cabeças de gado real e a declarada. Fiscal é fiscal, ontem hoje e sempre. As 85 Fazendas Antigas ainda estão lá para refrescar a memória de quem se dispuser conhecê-las.

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